terça-feira, 1 de abril de 2008

O Método Etnográfico ou Interaccionista

8 Razões para se usar este método na investigação da Arte de Ensinar (Peter Woods, Porto Editora, Porto, 1999: 90-91:

- Porque ainda estamos longe de entender a natureza artística do ensino (perdeu-se muito tempo com o divórcio Quantitativo/Qualitativo).
- Monitoriza a vida e a cultura dos professores.
- Permite um grande investimento do self.
- Pode contribuir, juntamente com o construtivismo social, para esclarecer o modo como se aprende.
- Porque hoje acredita-se que há desvios de comportamento que são sociais e não psicológicos.
- Muitos factos tradicionalmente encarados como psicológicos são sociais.
- O seu método é muito acessível.
- Permite mapear o extremo micro do continuum micromacro.

Segundo Hargreaves, os seus pontos fortes são as seguintes capacidades:
- apreciativa
- designatória
- reflexiva
- imunológica
- correctiva

E Woods acrescenta ainda as seguintes:
- esclarecedora (amplitude e profundidade)
- teórica
- colaboração
- fazer política, mesmo que sem querer.

Investigação-acção

Segundo G. de Landshere (A Investigação Experimental em Pedagogia, Publicações D. Quixote, 1986: 31-32), a Investigação-acção ou Participante caracteriza-se pelos seguintes 7 aspectos:
1. O problema nasce na comunidade que o define, analisa e resolve.
2. O objectivo último da investigação é a transformação radical da realidade social e o melhoramento da vida das pessoas implicadas. Os beneficiários da investigação são os próprios membros da comunidade.
3. A investigação participante exige a participação plena e inteira da comunidade durante todo o processo de pesquisa.
4. Implica todo um leque de grupos de pessoas que não possuem poder (explorados, pobres, oprimidos, marginais).
5. Pode suscitar nos participantes uma melhor tomada de consciência dos seus próprios recursos e mobilizá-los com vista ao desenvolvimento endógeno.
6. Trata-se de um método de investigação tradicional; a participação da comunidade facilita uma análise mais precisa e mais autêntica da realidade social.
7. O investigador é um perticipante comprometido. Aprende durante a investigação. Milita em vez de se desvincular.

Conclusão: este tipo de investigação afasta a noção clássica de objectividade, percorre um caminho participativo e dialéctico, procura a convergência de subjectividades individuais, percepções e opiniões pessoais, recusa o percurso empírico-racional, não segue passo a passo um percurso pré-estabelecido, mas visa encontrar soluções generalizáveis.

Aplicações:
. Educação de Adultos
. Organização de Actividades extra-escolares
. Reorganização de uma escola em função de objectivos novos e com vista a aumentar a eficácia do funcionamento
. Introdução de um novo Currículo, compreendendo aí a posição de métodos de ensino adaptados
. Instalação de um Conselho Escolar de Gestão destinado a substituir em parte o Director
. Introdução de um Ensino Interdisciplinar numa Escola Secundária
. Implantação de um Currículo de Ensino adaptado a uma região em desenvolvimento com a participação da comunidade local.