quinta-feira, 26 de junho de 2008

ALGUNS ASPECTOS RELACIONADOS COM A ÉTICA DO INVESTIGADOR

A seriedade na investigação científica relaciona-se com a consideração dos seguintes aspectos, entre outros:

Não distorcer os dados para confirmar a hipótese:

A tentação de alterar os dados, sejam eles perspectivas de outros investigadores, números ou factos, para não nos desviarmos da hipótese que obstinadamente teimamos em manter, ou que facilita o nosso trabalho se a mantivermos, pode surgir a qualquer momento e a ela temos que saber reagir.

Referir as perspectivas divergentes:

Devemos resistir à tentação de omitir opiniões expressas por outros investigadores que vêm contrapor-se às nossas posições ou complicar o nosso processo de investigação.

Verificar a validade dos dados a tratar:

Ao longo de uma investigação manejamos dados não recolhidos directamente por nós, sejam estatísticos, informações de natureza diversa ou perspectivas de outros investigadores apresentadas por terceiros e é nossa obrigação verificar a sua veracidade, quando a sua importância para a investigação a tal obrigue.

Citar as fontes:

A obrigatoriedade de referir a origem dos nossos dados, fazendo citações adequadas é um dos deveres do investigador.

Não alterar ou descontextualizar as citações:

Alterar ou descontextualizar os dados é uma forma de os distorcer e deve ser uma preocupação constante do investigador.

Não citar directamente obras não consultadas:

A vaidade de exibir longas listas bibliográficas pode levar a incluir obras não consultadas directamente mas a cujo conteúdo acedemos, o que se deve evitar e seguir as normas de citação adequadas.

Independência face aos poderes:

Apesar de todos os condicionalismos sociais, culturais e económicos que limitam as práticas e os projectos de investigação, o investigador deve sempre lutar pela sua autonomia face aos poderes ideológicos, políticos, sociais e económicos do seu tempo, mantendo a integridade das suas interpretações.

Afastar as convicções pessoais:

As crenças pessoais do foro afectivo ou emocional não devem interferir no processo de investigação e devemos lutar pela máxima isenção.

In Azevedo e Azevedo, Metodologia Científica (1998) Porto: Porto Editora, pp. 18-19.

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