ALGUNS ASPECTOS RELACIONADOS COM A ÉTICA DO INVESTIGADOR
A seriedade na investigação científica relaciona-se com a consideração dos seguintes aspectos, entre outros:
Não distorcer os dados para confirmar a hipótese:
A tentação de alterar os dados, sejam eles perspectivas de outros investigadores, números ou factos, para não nos desviarmos da hipótese que obstinadamente teimamos em manter, ou que facilita o nosso trabalho se a mantivermos, pode surgir a qualquer momento e a ela temos que saber reagir.
Referir as perspectivas divergentes:
Devemos resistir à tentação de omitir opiniões expressas por outros investigadores que vêm contrapor-se às nossas posições ou complicar o nosso processo de investigação.
Verificar a validade dos dados a tratar:
Ao longo de uma investigação manejamos dados não recolhidos directamente por nós, sejam estatísticos, informações de natureza diversa ou perspectivas de outros investigadores apresentadas por terceiros e é nossa obrigação verificar a sua veracidade, quando a sua importância para a investigação a tal obrigue.
Citar as fontes:
A obrigatoriedade de referir a origem dos nossos dados, fazendo citações adequadas é um dos deveres do investigador.
Não alterar ou descontextualizar as citações:
Alterar ou descontextualizar os dados é uma forma de os distorcer e deve ser uma preocupação constante do investigador.
Não citar directamente obras não consultadas:
A vaidade de exibir longas listas bibliográficas pode levar a incluir obras não consultadas directamente mas a cujo conteúdo acedemos, o que se deve evitar e seguir as normas de citação adequadas.
Independência face aos poderes:
Apesar de todos os condicionalismos sociais, culturais e económicos que limitam as práticas e os projectos de investigação, o investigador deve sempre lutar pela sua autonomia face aos poderes ideológicos, políticos, sociais e económicos do seu tempo, mantendo a integridade das suas interpretações.
Afastar as convicções pessoais:
As crenças pessoais do foro afectivo ou emocional não devem interferir no processo de investigação e devemos lutar pela máxima isenção.
In Azevedo e Azevedo, Metodologia Científica (1998) Porto: Porto Editora, pp. 18-19.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
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